quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Boletim médico das últimas horas de Jesus Cristo

O estudo médico legal é completamente a favor do relato bíblico e a historia dos evangelhos.



ROMA – Os evangelhos não possuem apenas um valor teológico, mas ao narrar a paixão de Jesus, fornecem dados para "um verdadeiro boletim médico" que nos permite de reconstruir em termos clínicos, as últimas horas da vida de Cristo; é esta a tese que o Professor Pierluigi Baima Bollone, diretor do Instituto de Medicina Legal da Universidade de Torino –Itália, relata em seu último livro, "Os últimos dias de Cristo". Em uma entrevista ao cotidiano "Avvenire", Baima Bollone, explica de ter lido diversas vezes os relatos dos evangelhos, - em especial o de Lucas, que havia conhecimento médico – para poder reconstruir os sofrimentos de Jesus, que vai da noite escura no Jardim do Getsemani até Sua morte na cruz, afirmando que "o estudo médico legal é completamente a favor do relato bíblico e historia dos evangelhos". O especialista torinense reconstruiu a ficha clinica de Jesus, que desde menino houve um "desenvolvimento normal e harmônico", como demonstra as longas viagens que fazia junto aos seus pais, e que ao retornar a Jerusalém, adulto, "tinha uma boa saúde, mas estava um pouco magro", e de fato os fariseus o confundiam como alguém que tivesse 50 anos. No horto do Getsemani, afirma Prof. Baima Bollone, Jesus manifesta alguns dos 16 sintomas típicos da "síndrome do pânico", que "não indica apenas um simples estado de medo, mas um profundo resultado de vários sofrimentos". Ao suor, junta-se o desejo de fugir, o medo de morrer, a queda por terra e a angustia, que por fim, se transformam em suor de gotas de sangue, das quais falam os evangelhos, tudo isto perfeitamente explicável pela medicina como um total trabalho neurovegetativo. Portanto diante de Caifas, a reação de Jesus, quando diz: "tu dizes" em resposta as perguntas do sumo sacerdote, demonstram, segundo Baima Bollone, como o interrogado "sob forte stress, tende a declarar a sua visão dos fatos, para reabilitar-se das falsas acusações e recuperar o senso de auto estima". A este stress psicológico se somam às torturas físicas: os extenuantes interrogatórios, as pancadas dos soldados, a violência das 39 flagelações e o arrancar das vestes, que segundo o estudioso italiano, "deve ter provocado o mesmo efeito de quando se arranca com violência, um curativo de um ferimento ainda aberto". Quanto a causa final da morte de Jesus, Baima Bollone, pensa que tenha sido provavelmente "asfixia, complicada por ataque cardíaco terminal, e trombose coronária" ocorridas depois de poucas horas sobre a cruz, pois "Jesus se encontrava fraco, devido as torturas recebidas". Todos estes dados são perfeitamente compatíveis com o que se lê nos evangelhos.


Jornal "La Republica" de circulação na Europa N° 31.05.1999 pag 21 Tradução do texto: Pastor Valmir Farinelli - pastor e missionário em Siracusa - Itália

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